Seja gentil, quase ninguém está bem!

“São só alguns dias de isolamento social. Vai passar”, eles disseram. Mas não passou! E já são 13 longos meses.

Mesmo quem não foi afetado diretamente pela covid-19, sente as consequências negativas da crise sanitária mundial. Há um ano, falava-se que a maior e mais duradoura “onda” da pandemia estaria relacionada à saúde mental da população, o que fica evidente nos dias de hoje.

As perdas são múltiplas e a necessidade de elaboração de luto constante. A perda de contatos afetivos, sobrecarga de trabalho e falta de válvulas de escape deixa todos vulneráveis e fragilizados, de alguma maneira.

O sentimento de exaustão é generalizado.

Profissionais da saúde e demais serviços essenciais de diversas áreas estão exaustos. Idosos isolados, exaustos. Adultos em home office, exaustos. As crianças e adolescentes estão exaustos. As mães estão exaustas! O desempregado está exausto. O empresário também.

“Sairemos melhores dessa situação”, imaginava-se. Mas o que acompanhamos hoje é que houve uma evolução rápida, danosa e letal do vírus (em suas múltiplas variantes) em compensação, o ser humano...

A fome grita, a fome mata. O cenário político é assustador e a desesperança e falta de perspectiva aumenta. Enquanto isso, Brasil ganha 11 novos bilionários na lista da Forbes.

Os efeitos psicológicos são sentidos em graus variados.

O sentimento de imprevisibilidade gerou aumento significativo de sintomas ansiosos e depressivos (consequente aumento de uso de psicofármacos), insônia, aumento do consumo de álcool, tabaco e outras drogas, má alimentação e redução da prática de atividades físicas.

No entanto, algumas atitudes simples podem colaborar para minimizar os efeitos negativos da pandemia. A primeira delas é compreender que nem tudo está ao seu controle, mas você pode manter uma alimentação saudável, exercitar-se, estabelecer uma rotina estruturada, desligar-se dos noticiários por um período, realizar atividade que proporcionam satisfação, desenvolver espiritualidade.  

Quase ninguém está bem! É um clichê, mas também uma realidade.

Cuide de sua saúde física e emocional, cuide de quem ama.

Demonstre afeto da forma possível, seja empático, seja gentil!

Tatiana Paletti

Psicóloga_CRP 06/102699